Em mais uma ocasião suas atitudes macularam nossa relação; mas agora foi mais intenso, tornando improvável uma reparação.

Jamais esperava uma reação tão descabida, de verdade; ainda mais numa conversa normal entre quem tem intimidade.

Não sei o que se passa em sua mente e não quero mais saber; você esgotou a cota de ações ruins contra mim, sem nada eu merecer.

Ao contrário das vezes anteriores, nessa, não serei passivo; preciso deixar de ser complacente e frear o rumo disso, sendo incisivo.

Nunca me pediu sequer desculpas pelos seus desequilíbrios; nem quando me envergonhou em público, em seus surtos sombrios.

Já pode procurar companhia para destilar sua estupidez; porque eu seria inepto se concedesse outra chance de agir assim outra vez.

Depois dessa última que aprontou, você morreu dentro de mim; apodrecida, é uma pena nossa história chegar ao final assim.

Você atirou em si mesma e se matou dentro do meu ser; não restando possibilidade nenhuma de, outra vez, acontecer um reflorescer.

Para me limpar, juntei seus restos que apodreceram em meu interior; varri tudo e joguei seus vestígios no lixo, no mundo exterior.

O vento levará tudo aquilo que, sobre nós, foi construído; e só restarão lembranças de um alicerce que um dia foi concebido.